Maurice Ravel, Manuel de Falla, Hector Berlioz, Federico Garcia Lorca, Georges Bizet, José Serrano, Fernando J. Obradors, Philippe Gaubert, Ğamāl Abd al-Rahīm, Najib Hankache, Said Darweesh, Elias Rahbani, Dawoud Hosni
Artistas destacados:
Malcolm Martineau, Rafael Aguirre, Burcu Karadağ, Tim Allhoff, Itamar Doari, Henning Sieverts, Tamer Pinarbasi, vision string quartet
A jovem soprano, elogiada pela luminosidade e cores ricas da voz, estreia na Warner Classics com “El Nour”, lançamento previsto para outubro de 2020.
Vencedora de várias competições de canto de alto nível, Fatma Said inicialmente estudou canto no Cairo, terra natal da artista, e depois treinou na Escola de Música Hanns Eisler, de Berlim, antes de ganhar uma bolsa de estudos na Accademia del Teatro Alla Scala. No lendário teatro milanês, passou a apresentar Pamina, na nova produção de “A Flauta Mágica”, de Mozart.
Com “El Nour”, Fatma criou um programa em formato recital sedutor e absorvente que atravessa culturas. Ela combinou temas clássicos de compositores franceses, espanhóis e egípcios com canções folclóricas egípcias e canções populares do Oriente Médio. Os parceiros no álbum são o pianista Malcolm Martineau, o jovem e inovador quarteto alemão vision string quartet (assim mesmo, em minúsculo), o guitarrista Rafael Aguirre e um grupo de jazz que inclui instrumentos tradicionais do Oriente Médio.
"'El Nour' em árabe [/ النور] significa ‘Luz’", explica Fatma Said. “Com este álbum, sinto que estou lançando luz sobre como a música, que foi interpretada muitas vezes no passado, pode ser apresentada de diferentes maneiras - em outras palavras, pode ser percebida sob uma luz diferente. A ideia é conectar três culturas - árabe, francesa e espanhola - e mostrar o quanto, apesar das diferenças culturais, geográficas e históricas, elas têm em comum quando se trata de música”.
“Trabalhamos por muito tempo para elaborar um programa que agradasse amplamente a muitos tipos diferentes de pessoas e também que estivesse de acordo com meus gostos e amores musicais”, continua Fatma. "Isso inclui especialmente explorar novas formas, ainda que conectadas, de abordar a música do passado, ocidental e oriental - não mudando as visões dos compositores, mas adicionando elementos que consideramos adequados". Sobre 'La flûte enchantée', a segunda música de Shéhérazade de Ravel, normalmente tocada com uma grande orquestra sinfônica, Fatma fala: “é maravilhoso ter a brilhante criação de Malcolm Martineau, com suas cores orquestrais representadas no piano, e senti que a adição de uma flauta ney, um instrumento do Oriente Médio, seria altamente apropriada para a cor e o caráter que Ravel estava imaginando. As frequências da ney e as pequenas variações de expressão são tão próximas das da voz humana. Fiquei encantada com o resultado, pois a interpretação de Burcu Karadağ evocou a cor exata que eu imaginava".
Ravel é um dos quatro compositores franceses cuja música aparece no álbum - os outros são Berlioz, Bizet e o pouco conhecido Philippe Gaubert (1879-1941), cuja música com tema bíblico “Le Repos en Égypte” recebe a primeira gravação mundial.
A parte espanhola do programa apresenta Falla, Obradors, José Serrano (um notável compositor de zarzuela no início do século XX) e Federico García Lorca. Mais conhecido, é claro, como dramaturgo e poeta, Lorca era amigo íntimo de Falla e colecionava canções folclóricas espanholas.
El Nour também oferece ao público a rara oportunidade de ouvir uma obra do compositor egípcio Ğamāl Abd al-Rahīm (1924-1988), que, como Fatma Said, aprendeu seu ofício no Cairo e na Alemanha. O programa se completa com duas canções árabes populares, uma das quais com texto do célebre poeta libanês Gibran Khalil Gibran e duas canções folclóricas.
“Os laços entre as culturas representadas em El Nour nunca foram quebrados, porque cada um deles exerce uma influência na região do Mediterrâneo. A idéia principal deste álbum é transmitir uma mensagem transcultural a todos os públicos do mundo, para tentar tornar a música clássica alcançável e mais acessível a culturas que não estão familiarizadas com este estilo, e vice-versa”, Fatma Said.